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segunda-feira, 5 de março de 2012

MOMENTO LITURGICO - 3



A VIA SACRA






A Via Sacra é uma oração que tem como objetivo meditar a paixão, morte e ressurreição de Cristo. É o reviver dos últimos momentos da sua vida na terra, uma oração que nos lembra o caminho da dor e do sofrimento no percurso de sua Divina Missão Redentora, quando de modo perfeito, demonstrou uma profunda obediência ao Pai Eterno e um infinito Amor a humanidade de todas as gerações.



Normalmente é rezada as quartas-feiras e sextas-feiras no período da Quaresma, todavia, por sua importância e valor espiritual, deveria ser lembrada nos demais meses do ano, por todos aqueles que se sentirem sensibilizados à amenizar as dores do Redentor e quiserem se irmanar aos sofrimentos de Jesus, penitenciando-se de suas próprias culpas e das transgressões da humanidade.



Rezar a Via Sacra é reviver na mente e no coração a grandeza do Amor de Deus, que para salvar e redimir a humanidade de todas as gerações entregou o seu Divino Filho em holocausto, como Vítima Perfeita para lavar os pecados cometidos por nós.



Originalmente, a Via Sacra - Caminho Sagrado, em latim - só ocorria em Jerusalém, para onde os cristãos peregrinavam para fazer o trajeto percorrido por Jesus. Tais viagens começaram em 313, quando o imperador Constantino converteu-se ao Cristianismo. Até então perseguidos pelo Império Romano, os fiéis puderam, enfim, visitar a cidade sagrada para celebrar a memória de Cristo. Mas a prática só espalhou-se pelo mundo católico a partir do século XV. Na época, os franciscanos guardavam os lugares sagrados de Jerusalém e, sabendo que nem todos os fiéis podiam ir até lá, propuseram que a cerimônia fosse realizada nas igrejas locais.



São 15 estações, que nos ajudam a percorrer um caminho espiritual e a compreender melhor a pessoa de Jesus e o amor que teve por nós ao ponto de se deixar matar, sofrendo muito para que todos nós aprendessemos o que é verdadeiramente amar.



Na verdade, o número de estações variou muito até que, no século XVIII, a Igreja determinou quais seriam as 14 que comporiam a Via-Sacra. Os responsáveis pela lista foram os papas Bento XIV e Clemente XII, somente dois séculos depois, o Vaticano incluiu a 15ª estação. O mistério da fé cristã é a ressurreição. Por isso, a última estação foi incluída para simbolizar que a morte não é o fim de tudo.



Aparecem em sequência: a condenação, Jesus carregando a cruz, o encontro com Maria, a ajuda que recebeu de Simão Cirineu, as três vezes em que caiu, o consolo às mulheres de Israel, a ocasião em que Verônica enxugou seu rosto, o momento em que foi despido, sua crucificação, morte, a descida da cruz, seu sepultamento, e por fim a sua Ressurreição.



Diferentemente das demais estações, contudo, as que retratam as quedas e o encontro com Verônica não estão relatados nos Evangelhos - foram eventos agregados à história graças ao costume popular e, daí perpetuaram-se.



No Brasil, como a Campanha da Fraternidade, lançada pela CNBB, tem o seu início na Quaresma, a cerimônia da Via Sacra também se tornou um momento em que os fiéis refletem sobre questões atuais, a exemplo deste ano que estamos refletindo sobre a Saúde Pública em que o tema da Campanha da Fraternidade é: "Que a saúde se difunda sobre a terra".



Existem variações para a realização do ritual. Em algumas paróquias, em vez de os fiéis contemplarem imagens ou quadros, eles assistem a encenações, como num teatro, que dão vida aos eventos.



Seja como for, o objetivo é um só: valorizar as ações de Cristo e reconhecer a presença de Deus mesmo na dor e no sofrimento. A Via Sacra não é apenas uma forma de olhar para o passado. É preciso aplicar sua lição nos dias de hoje.



Conselho Pastoral de Liturgia - Ricardo

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